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Energia eólica é a renovável mais produzida em Portugal

A Associação de Energias Renováveis (APREN) e a ZERO acabam de divulgar um balanço relativo às energias renováveis no ano de 2022. Em Portugal, destaca-se a redução de oito milhões de toneladas de emissões de CO2 e o facto de 56,9% da energia produzida no continente ser de origem renovável.

As mudanças que aconteceram no sector da energia foram, em grande parte, impulsionadas pelas sanções da União Europeia à Rússia, o principal fornecedor de gás natural à Europa, que provocaram aumentos significativos nas facturas da electricidade e aceleraram o processo de transição energética.

Em Portugal, todos os centros electroprodutores em território continental produziram, em 2022, um total de 44 253 GWh de eletricidade, proveniente em 56,9% de fonte renovável. A tecnologia eólica apresentou 29,3%, seguida da hídrica com 14%, a biomassa com 7,5% e o solar fotovoltaico com 5,7%. A energia solar foi a que mais aumentou os níveis de produção, como resultado da entrada em operação de novas centrais que acrescentaram 784 MW à capacidade nacional, até ao final de Novembro.

A APREN e a ZERO relembram que a nível europeu foram criadas medidas como o pacote legislativo REPowerEU – que tem como objectivo de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis russos, e acelerar a transição para energias renováveis – e o fundo de investimento para desenvolvimento de projectos de hidrogénio verde (o “banco de hidrogénio”).

Ainda de acordo com os dados das duas associações, 2022 foi ano de avanços relevantes para Portugal nesta questão: o País deu passos importantes na criação de projectos para a produção de hidrogénio verde; o Governo estabeleceu um grupo de trabalho para a exploração da tecnologia eólica offshore; foi revista a legislação do sector da energia, de modo a assegurar que são cumpridas as metas propostas a nível europeu; foi atribuída a exploração de 182 MW de energia solar em sete barragens do país; e foram feitas alterações na legislação com o propósito de simplificar a produção de energia solar, não só a nível privado, como em casas pessoais, como também na instalação de centrais fotovoltaicas.

Estas mudanças, que a APREN e a ZERO classificam como “importantes marcos do sector renovável” resultaram em várias poupanças, como em importações de combustíveis fósseis no valor de 4 531 milhões de euros e em importações de electricidade na ordem dos 1 053 milhões, e uma redução de de oito milhões de toneladas de emissões de CO2.

DR Foto: Thomas Reaubourg on Unsplash