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APSEI: “Somos um país seguro mas podemos sempre melhorar”

Qual o balanço que faz do evento Proteger 2018 quer em termos de empresas expositoras, quer de afluência de público?

O balanço que fazemos a Proteger 2018 – 6ª Conferência de Segurança é um balanço bastante positivo. A Proteger é o maior evento de segurança a nível nacional e este foi o primeiro ano em que realizámos o evento em plena Lisboa, Altice Arena – Sala Tejo e foi notório o impacto desta mudança para um local com mais facilidade de acesso via transportes. Contámos com um registo de mais de 2.000 participantes e a presença de cerca de 48 expositores, todos profissionais das diversas vertentes da Prevenção e Segurança.

Na sessão de abertura salientou que existe a expectativa em relação à avaliação da organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho. Os resultados desta avaliação serão determinantes para melhorar as condições de trabalho em Portugal?

Claramente que sim. A necessidade de uma avaliação da organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho, cuja implementação pelos organismos competentes é aguardada com expectativa, é fundamental para a promoção dos locais de trabalho seguros e saudáveis. Os resultados desta avaliação serão um ponto de partida necessário para iniciar uma reflexão conjunta, entre entidades públicas e privadas, sobre as alterações que podem contribuir para a melhoria das condições de trabalho e da parte da APSEI estamos disponíveis para continuar a aprofundar o relacionamento com as entidades oficiais e outras organizações que connosco partilhem o objectivo de incrementar a prevenção e a promoção de uma cultura de segurança integrada.

Neste evento, a inspectora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) revelou que os acidentes de trabalho diminuíram 14% no último ano. Tal prende-se com o facto de os profissionais já estarem mais sensibilizados para as questões da segurança ou a legislação assim os obrigou?

Acreditamos que foi um encontro de ambos. A ACT tem feito um excelente trabalho não só no campo legislativo, com a modernização das leis pelas quais o sector de Segurança e Saúde no Trabalho se rege, como também na área de sensibilização dos principais actores neste sector, como empresas, trabalhadores, parceiros sociais e institucionais. Este segundo ponto tem um impacto muito significativo, a par da legislação, pois quanto mais o mercado estiver informado para as medidas de prevenção a adoptar, mais seguros serão os locais de trabalho. A APSEI tem igualmente desempenhado um importante papel neste campo, onde investimos na divulgação constante das medidas preventivas e boas práticas a adoptar, quer através da formação, que recentemente foi alargada à área 862-Segurança e Higiene no Trabalho, quer através de eventos, guias, fichas técnicas e outro material informativo.

Roberta Medina, organizadora do Rock in Rio, e o alpinista João Garcia foram alguns dos keynote speakers, em que medida a partilha das suas experiências enriqueceu este evento?

Este ano quisemos trazer à Proteger um conjunto de conferências que pudessem abordar todas as temáticas com que trabalhamos diariamente mas, mais que isso, quisemos oferecer, a todos os que estiveram aqui presentes, oradores que pudessem partilhar as suas histórias de vida e experiências de uma forma única, servindo de certo modo como inspiração para todos nós. Consideramos que todos os nossos convidados presentes nas conferências, mesas redondas e workshops enriqueceram o nosso evento, sem dúvida alguma. Prova disso foi precisamente a afluência verificada nestas conferências, que visitaram os stands e que participaram nos nossos workshops.

Um dos factores que conduziu ao “boom” de turistas e de procura imobiliária prende-se com o facto de sermos um País seguro. Concorda?

Estatisticamente falando Portugal é um país bastante seguro, tanto que o Índice Global de Paz de 2018 colocou o nosso país em quarto lugar num ranking de 163 países. Isto só prova que estamos a fazer algo de correcto, que a nossa legislação está apropriada e que os nossos métodos funcionam. Mas Portugal também é um país que está na moda e que é acessível para grande parte dos turistas que nos visita ou estrangeiros que decide investir, o que só de si aumenta os nossos riscos em termos de segurança.

Embora sejamos um país seguro, podemos sempre melhorar e a APSEI trabalha todos os dias para melhorar e monitorizar o quadro legal e normativo do sector no País para que possamos ser pró-activos perante as tendências do mercado e termos uma capacidade adaptativa em qualquer situação.