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Espaços de escritórios livres começam a escassear na capital

O mais recente estudo da Aguirre Newman revela que as empresas estão a mudar para escritórios de maiores dimensões, sinal de que este mercado está a ter uma maior vitalidade. Ainda assim, dentro em breve, Lisboa poderá enfrentar uma escassez de espaços livres, quer novos, quer antigos por falta de reabilitação.

A Aguirre Newman procedeu, pelo sexto ano consecutivo, ao estudo de migração das empresas no mercado de escritórios do concelho de Lisboa no período de 2013-2014. O objectivo foi identificar as principais tendências deste mercado de analisar o take-up de escritórios dos últimos dois anos.

Segundo este estudo, a área contratada (126.529 m²) cresceu cerca de 63% em 2014 face à registada no ano de 2013, sendo que, do total das 239 operações de escritórios registadas, 120 transacções corresponderam à contractação de uma superfície inferior a 300 m².

A oferta de escritórios totalizou 4.562.748 m², tendo sido concluídos dois edifícios de escritórios com uma oferta nova de 20.635 m². Para o período 2015 e 2016 está prevista a conclusão de mais quatro edifícios de escritórios, elevando a oferta em 32.161 m², ainda que já tenham inquilinos definidos, tal é o caso do edifício sede da EDP.

Mau grado, Paulo Silva, director da Aguirre Newman, chamou a atenção para uma realidade que já está a acontecer: actualmente já só existem 30 mil m2 de espaços novos no mercado de escritórios. Número que contrasta com os 90 mil m2 existentes em 2013. Também em 2013 existiam 505 mil espaços de escritórios antigos livres, número que se fixou agora nos 501m2. A explicação para esta tendência em relação à preferência por espaços novos em detrimento dos antigos deve-se ao facto de se tratar de uma oferta que não se encontra ajustada às novas necessidades e exigências das empresas e muitos deles estar a precisar de obras de reabilitação e modernização.

Outra tendência constatada neste estudo foi que 59% das transacções registadas em 2014 correspondem a um incremento de área ocupada face à ocupação anterior, ou seja, mais de metade do número de transacções foram mudanças de escritórios mais pequenos para escritórios maiores e/ou contratação de área adicional na mesma morada.

Do mesmo modo, existiu uma apetência por zonas contíguas na deslocação de empresas em Lisboa no período 2013 /2014, nomeadamente no que concerne às Zonas 1 (Prime CBD), 2 (CBD) e 3 (Zona Emergente). Esta realidade poderá ser explicada pelo facto de estas três zonas constituírem um “contínuo geográfico” dentro da cidade de Lisboa, onde os níveis de acessibilidade e serviços disponíveis são de algum modo comparáveis.

No mercado de escritórios verificou-se também uma lealdade à própria origem. Esta fidelidade, que ocorreu em cerca de 37% do número de transacções (correspondente a 31% da área transaccionada), em 2013, e cerca de 44% do número de transacções (correspondente a 37% da área transaccionada), em 2014, constatou-se dentro da mesma zona.

O Estudo da Migração das Empresas da consultora Aguirre Newman analisou 425 operações de escritórios, sendo 186 relativas ao ano de 2013 e 239 relativas ao ano de 2014. A área total transaccionada foi de 204.331 m² (77.802 m² em 2013 e 126.529 m² em 2014).