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Turismo internacional enfrenta a pior crise de sempre

A Organização Mundial do Turismo tinha previsto em Março uma quebra na ordem dos 20% a 30% no número de turistas internacionais na era pós-Covid-19. Agora, em Maio, reviu as suas previsões num cenário mais pessimista com uma queda de 60% a 80%.

De acordo com Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT, “o mundo enfrenta uma crise sanitária e económica sem precedentes” e “o turismo foi duramente atingido e milhões de postos de trabalho estão em risco num dos sectores da economia que mais mão-de-obra emprega”.

A corroborar esta afirmação estão as chegadas de turistas que diminuíram 22% no primeiro trimestre de 2020 e que em Março teve queda “abrupta” de 57% derivado das restrições implementadas pelos vários países. Com isso, o sector perdeu a nível mundial 80 mil milhões de dólares (cerca de 74 mil milhões de euros) durante os três primeiros meses do ano. Acresce ainda a potencial perda de 100 a 120 milhões de empregos directos no sector.

Por isso a OMT declara: “É, de longe, a pior crise que o turismo internacional enfrentou desde que há registos (1950)”, “o impacto será sentido em diferentes graus nas várias regiões do mundo com momentos de sobreposição, esperando-se que a Ásia e o Pacífico comecem a recuperar antes” e os sinais de recuperação só deverão surgir “no último trimestre de 2020, mas sobretudo em 2021”.

As previsões da OMT têm por base três cenários de saída da crise: reabertura das fronteiras e supressão das restrições de viagem no início de Julho (descida de 58% nas chegadas), no início de Setembro (-70%) e no início de Dezembro (-78%).

Quanto ao futuro, a OMT avança que “as viagens de lazer, especialmente para visitar amigos e familiares, devem recuperar mais rapidamente do que as viagens de negócios”. Do mesmo modo, África e o Médio Oriente terá uma “recuperação em 2020”, enquanto nas Américas a recuperação será mais difícil em 2020. Já para a Europa e a Ásia os especialistas estão divididos e dizem que “as perspectivas são mistas, com metade dos peritos a preverem uma recuperação no decurso deste ano”.

Foto: Vidar Nordli-Mathisen on Unsplash