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Projecto “Municípios Sustentáveis” desmistifica greenwashing

O Portal da Construção Sustentável (PCS) divulgou que criou um projecto intitulado “Municípios Sustentáveis” com o qual pretende levar ao conhecimento de técnicos da administração pública, responsáveis pelo ambiente construído, informação credível sobre construção sustentável e materiais mais amigos do ambiente. Estas acções que podem ser internas ou abertas ao público, não têm qualquer custo associado.

De acordo com a informação que chegou às redacções, já aderiram a esta iniciativa a Domus Social (Empresa de Habitação e Manutenção do Município do Porto), o Município de Ílhavo e da Maia. Nos próximos meses estão já agendadas acções na Câmara Municipal do Porto, de Braga e de Alcochete.

“O combate à desinformação nesta área é urgente, aparecem muitos produtos no mercado que não são amigos do ambiente e são apelidados de sustentáveis. Não havendo informação disponível para avaliar a sua sustentabilidade, é difícil perceber a credibilidade dos mesmos. É por isso que é preciso, cada vez mais, desmistificar o tema, e combater aquilo a que se chama de greenwashing”, refere Aline Guerreiro, CEO do PCS.

Recorde-se que a União Europeia aprovou recentemente uma directiva que irá proibir a utilização de alegações ambientais enganosas, o referido “greenwashing”. Esta directiva visa proteger os consumidores de práticas comerciais enganosas e ajudá-los a fazer melhores opções de compra. A transposição desta directiva é não só urgente, como necessária. Enquanto novas regras não existem o PCS tem, desde a sua génese, desenvolvido a sua actividade apostando fortemente na divulgação e sensibilização para uma construção mais sustentável.

Segundo o comunicado, o sector da construção é considerado um dos maiores poluentes e já é tarde para que se tomem medidas urgentes, para o tornar mais sustentável. Lembramos que se estima que o sector da construção seja responsável pela extracção de 50% de recursos disponíveis e é já o terceiro maior consumidor de energia, a seguir à indústria e transportes. Em conjunto, a construção civil é responsável por cerca de 40% de todas as emissões de carbono no mundo, sendo as emissões operacionais (energia consumida durante a utilização dos edifícios) responsáveis por 28%. Os restantes 12% provêm das emissões de carbono incorporadas, ou carbono “inicial” que está associado a materiais e processos de construção ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. É extremamente importante a questão dos materiais utilizados e de priorizar a reabilitação do existente, evitando novas extracções e novos consumos de recursos.

Uma das questões que foi amplamente introduzida em Portugal, pela legislação actual, foi a questão da eficiência energética nos edifícios. Mas a sustentabilidade na construção não é só eficiência energética, ela começa muito antes, desde a fase de projecto. Todos os consumos associados à fase de construção devem ser considerados, a extracção de material, as deslocações, o impacte ambiental no terreno onde se vai construir, e por aí fora. A opção por materiais de baixo impacte ambiental, as soluções construtivas que minimizem necessidades energéticas para climatização, e até pensar a montante, no final de vida útil do edifício, são tudo obrigações de uma construção sustentável.

E é na divulgação de todas estas questões que o PCS atua, em cada um dos programas dedicados aos municípios, são convidados oradores de empresas que representem materiais que podem contribuir para uma construção mais sustentável, apresentando as suas características, formas de aplicação, e o seu contributo para um desenvolvimento sustentável.

Refira-se ainda que em cada acção é realizada uma apresentação pelo Portal da Construção Sustentável sobre o âmbito da iniciativa, seguidas das apresentações dos produtos e no final há espaço para perguntas e respostas. Além dos participantes receberem informação específica, podem obter mais esclarecimentos directamente com as empresas, aumentando o seu campo de conhecimento com este tipo de soluções e sensibilizando-se assim para práticas de construção amigas do ambiente.

DR Fotos: Cedidas por Portal da Construção Sustentável