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ZERO quer moratória na venda da Herdade da Comporta

No entender da associação, deve haver uma devida ponderação do património natural em presença, até porque está em curso a elaboração do Plano de Gestão do Sítio Comporta-Galé, um documento obrigatório no quadro da legislação nacional e europeia para uma área classificada em termos de conservação da natureza fazendo parte da Rede Natura 2000. A sequência de dunas e vegetação, desde o mar ao interior, com importantes valores florísticos, é um importante habitat a proteger à escala internacional.
A ZERO considera que o Estado deve impôr uma moratória à venda até à finalização deste plano da responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, desde há muitos anos por concluir.
Esta entidade teme também que o Estado português perca a oportunidade de fazer justiça e de exercer os direitos dos contribuintes, fortemente penalizados pela crise bancária, garantindo a inclusão de uma vasta área de território na esfera pública, aproveitando o facto do principal credor do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado (FEIIF) que gere os activos imobiliários da Herdade da Comporta ser a Caixa Geral de Depósitos.
Esta opção é a única que não só garante que pode haver uma reavaliação das escolhas erradas tomadas nos últimos anos em matéria de ordenamento do território no litoral alentejano, em particular pela criação de Áreas de Desenvolvimento Turístico que não salvaguardam o património natural protegido, não se promovendo também o retorno da especulação imobiliária resultante das tentativas de recuperação a curto prazo do capital investido por parte de qualquer um dos compradores que apresentaram propostas.