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Álvaro Siza e Souto de Moura participam no Congresso Mundial de Arquitectos

Os arquitectos portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura, bem como Nuno Sampaio director executivo da Casa da Arquitectura em Matosinhos, vão participar na sessão de abertura do 27.º Congresso Mundial de Arquitectos que vai decorrer no Brasil.

O maior encontro mundial de arquitectos é promovido pela União Internacional de Arquitectos (UIA), sendo que a edição de 2021 vai ser organizada pela primeira vez pelo Brasil.

Desde o mês de Março que têm sido desenvolvidas várias iniciativas neste âmbito e no próximo dia 18 de Julho, o arquitecto Álvaro Siza dará as boas-vindas do Comité de Honra do Congresso. Eduardo Souto de Moura dará continuidade ao programa do encontro com Nuno Sampaio, em diálogo com a arquitecta brasileira Carla Juaçaba.

Os três protagonizam a primeira mesa do congresso num debate sobre a arquitectura contemporânea, com referências ao arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, que morreu em Maio passado, aos 92 anos, e a quem a União Internacional de Arquitectos atribuiu este ano a Medalha de Ouro.

Mendes da Rocha, um dos arquitectos brasileiros mais premiados de sempre, era sócio honorário da Casa da Arquitectura de Matosinhos, instituição a que doou a totalidade do seu espólio. Em Portugal, Mendes da Rocha assinou o projecto do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, o director executivo da Casa da Arquitectura esclareceu que “a abertura era para ser feita pelos dois sócios honorários da Casa da Arquitectura, Eduardo Souto de Moura e Paulo Mendes da Rocha” mas que “infelizmente o arquitecto Paulo Mendes da Rocha veio a falecer e, de alguma maneira, irei trazer a memória dele na mediação que irei fazer.”

Antecipando o tema em discussão na mesa inaugural do congresso, Nuno Sampaio avançou à Lusa que, utilizando a estratégia de Mendes da Rocha, de olhar o Universo e depois fazer “resumos da realidade”, os arquitectos vão abordar o contexto actual marcado pela pandemia da covid-19, assim como o panorama da arquitectura global, partindo da experiência pessoal dos convidados para uma reflexão sobre a contemporaneidade.

Para Nuno Sampaio, a pandemia veio acelerar algumas transformações já em curso, nomeadamente na “maneira de produzir a arquitectura” e de habitar os espaços. E salientou que “vem aí uma ferramenta de transformação, o Plano de Recuperação e Resiliência, a chamada bazuca. E é preciso vermos como nós, arquitectos e construção, vamos produzir em tão pouco tempo, sendo que existe naturalmente uma escassez de meios, neste momento, no mundo. Temos o aço e o ferro com preços que estão a subir na casa dos 80%. Isto implica uma reflexão.” Disse ainda que é “tempo de a Europa repensar as suas estratégias produtivas.”

O 27.º Congresso Mundial de Arquitectos vai reunir alguns dos nomes de vulto da arquitectura mundial, como Francis Kéré, Solano Benitez, Marina Tabassum, Francine Houben, Jeanne Gang e Kengo Kuma, entre muitos outros, bem como personalidades como a directora-geral da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, o presidente da União Internacional de Arquitectos, Thomas Vonier, a presidente do Instituto de Arquitectos do Brasil, Maria Elisa Baptista, e o presidente do Comité Executivo do congresso do Rio de Janeiro, Sérgio Magalhães.

A Dinamarca será a anfitriã deste evento em 2023 e Copenhaga será a Capital Mundial da Arquitectura.

O 27.º Congresso Mundial de Arquitectos encerra no próximo dia 22 de Julho e até lá todos serão envolvidos em torno do tema “Todos os Mundos, um só Mundo. Arquitetura 21.”

DR Foto:Shot by Cerqueira on Unsplash