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“Estilo cosy” domina 2020

Fundadora e directora criativa da Arqama, a arquitecta Mafalda Almeida deixa diversas dicas e as principais tendências para casa. Cores, texturas e objectos traduzem o estilo de vida de cada e devem fazer as pessoas sentirem-se confortáveis dentro de casa.

De acordo com Mafalda Almeida, o estilo cosy e até trendy é a grande tendência de 2020, mais do que um estilo afirma-se como um modo de vida que trazemos para a nossa casa. Defende que “a casa deve ser o nosso reflexo, o palco da nossa história, da nossa personalidade, das viagens que fizemos. O estilo cosy pretende reflectir exactamente isso seja através uma peça que se evidência, do mobiliário que se casa com o espaço… e luz, sempre muita luz”.

Num contexto especial, que nunca vivemos tanto a nossa casa, considera que “há pequenas mudanças que podemos fazer e farão toda a diferença”. Por isso lança o repto: “Porque não recuperar aquele quadro que arrumámos no sótão? Lembra-se daquele tapete que comprou e nunca lhe deu uso? Talvez agora seja o momento. Viva a sua casa, arrisque e divirta-se!”.

Cores e texturas

Na Arqama “gostamos de pensar que a neutralidade, os tons pastel e terracotas, é tendência permanente e a base perfeita de tudo o resto”, diz. “A simplicidade tem um papel fundamental, pois é esta tela de tonalidades que nos possibilita arriscar na colocação de tons que puxam à nossa personalidade e até padrões irreverentes. As madeiras naturais e os brancos constantes que conjugam cores e texturas e se complementam”.

Para 2020, o azul clássico foi eleito o pantone do ano. A arquitecta explica que esta é “uma cor que faz-nos viajar até à Grécia ou até às últimas férias de Verão! É um tom fácil de trabalhar com os brancos, os cinzas e com os tons pastel, talvez um rosa, resultaria certamente num ambiente de harmonia constante. No entanto, podemos salpicar de alegria e conforto o nosso espaço, os tons quentes são também potenciadores de alegria, tudo q.b nesta palete nude”.  Assim, salienta, “o nosso foco para este ano será aliar esta simplicidade, necessária, ao estilo cosy mas também minimalista, agarrar tonalidades que nos tragam vida e padrões com sentido de humor. Os tons quentes (palete de vermelhos, laranjas, amarelos) atribuem conforto visual, vivacidade e boa disposição, mas terão que ser conjugados de forma equilibrada com tons menos optimistas ao ambiente (tons neutros). O mesmo acontece com as tonalidades frias”.

Objectos que fazem a diferença

“Uma outra forma de darmos personalidade à nossa casa é apostar em objectos, um pequeno toque que pode fazer toda a diferença”, no entanto, como destaca, “existem aspectos a ter em conta como a área da divisão a decorar, se queremos que uma peça se destaque mais do que outra, a dimensão dos objectos a colocar ou a misturar de cores, texturas e padrões que por ali habitam”.

E explica como: “Numa casa com um estilo muito minimalista pode ficar interessante colocar apenas um quadro com muita cor, porém, terá que ser bem analisado o próprio motivo do quadro. Este apontamento e outro numa zona oposta, uma jarra com um dos tons do quadro, pode ficar perfeito e não ser necessário absolutamente mais nada. Um tapete com um padrão simples e trendy e para completar uma almofada com o nosso pantone favorito”.

Por outro lado, “um estilo que se apresente mais rústico, necessita de vários objectos e apela ao artesanal, a peças únicas, quase como se fossem adquiridas a um museu”.

A arquitecta Mafalda Almeida afirma que podemos, assim, tentar misturar estilos e ligar o clássico à actualidade ou simplesmente ter um estilo trendy e despreocupado. “O apelo ao conforto e uso regular da casa, ajuda-nos a ter peças como vários conjuntos de quadros de tamanhos e cores diferentes, uma manta perdida ali no sofá, mesinhas de apoio e um uso regular de iluminação de mesa”. Pode juntar-se pequenas peças originais mas que “tragam lembranças de viagens, de uma amiga, de um filme”.

Como conclui: “O nosso estilo de vida traduz-nos muito para dentro de casa. Os objectos devem ser as nossas relíquias e o pormenor que nos faz sentir em casa”.