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“Um dia de Vindima na Adega de Palmela”

“Há muita dedicação incondicional, muita perseverança, muito profissionalismo. Há ainda duas pitadas de alma e paixão que aplicamos a tudo o que fazemos e levam a que quaisquer resultados finais superem expectativas. A Adega de Palmela é um espelho disso”. Foi assim que Teresa Grilo, responsável de Enoturismo da Adega Cooperativa de Palmela, deu início à edição deste ano de “Um dia de Vindima na Adega de Palmela”, um evento que nos convida a calçar os sapatos de um viticultor e conhecer os segredos dos vinhos palmelenses.

Artigo de Fábio Lopes, colaborador da Magazine Imobiliário

De facto, toda a dedicação, profissionalismo, alma e paixão mencionados pela responsável são sentidos a partir do momento em que pisamos a Adega. Equipados com t-shirts e chapéus de palha por si oferecidos, para que cada convidado entre no espírito da viticultura, somos conduzidos a três hectares e meio de vinha, onde a vista de perde na belíssima mancha verde que faz nascer o vinho.

“Este evento serve um pouco para desmistificar como se faz o vinho e para explicar também como funciona a Adega Cooperativa de Palmela. Este é um exemplo de 300”, explica Luís Santos, enólogo e gerente desta Adega composta pela força e visão de 300 associados, antes de munir cada um de nós de tesouras e baldes e de nos lançar à vindima.

Servindo-nos do nosso kit completo de viticultores, agrupamo-nos e damos início à apanha da uva. Num clima de companheirismo e boa disposição, enchemos balde atrás de balde com cachos cuidadosamente cortados das mais deliciosas uvas da região de Setúbal (ninguém resistiu à tentação de levar à boca pelo menos uma). Os sons das tesouras e das gargalhadas dos convidados misturam-se perfeitamente com o saxofone tocado por um músico convidado pela Adega, que anima a labuta com interpretações de músicas pop.

Finda a apanha da uva, descansamos no topo da vinha, onde o nosso trabalho árduo é recompensado com um delicioso banquete de queijos, enchidos e frutas de Palmela, acompanhados por uma selecção criteriosamente escolhida de brancos e rosés para dar início a um dia repleto de provas dos melhores vinhos feitos na região.

Transportamos as uvas de regresso à Adega, que anualmente colhe nove milhões de quilos de uva e produz sete milhões de litros de vinho, entre os quais 70% correspondem a vinho tinto, 25% a vinho branco e 5% a moscatel. Quando passam os seus portões, todas as cargas de uva são pesadas e avaliadas em termos de qualidade, isto é, grau provável, frescura, acidez e condição de higiene, de modo a garantir que dão origem a vinhos de excelência.

O trabalho dos tegões, encarregues de transformar os bagos de uva em líquido, é substituído pelo entusiasmo dos convidados mais curiosos, que não resistem a experimentar pôr em prática a ancestral técnica da pisa da uva. Entre risadas e paragens para retocar as dobras das calças, as uvas por nós apanhadas são rapidamente transformadas em sumo, que é seguidamente encaminhado para a fermentação.

Entre todo o vinho produzido na Adega, 14% é destinado à exportação, tendo o Brasil como principal importador. “Produzimos cerca de 10 mil garrafas por hora”, esclarece Teresa Grilo, revelando que tal feito é conseguido através de uma automatização das suas linhas de produção.

Lavamos os pés e damos por terminado o trabalho de vindima, ao qual se segue um almoço na Cave de Barricas. A sopa, os pratos de peixe e carne e a sobremesa fazem-se acompanhar por deliciosos tintos, brancos e moscatéis palmelenses. A estrela da refeição é, contudo, o tinto Vale de Touros, que delicia todos os que o provam.

À despedida, Teresa Grilo revela-nos que a Adega de Palmela, que no próximo ano celebra 70 anos de história, tem planeada uma surpresa: o lançamento uma água ardente limitada e que promete maravilhar quem conseguir deitar-lhe as mãos.

O dia termina com um presente especial: uma garrafa de Vale de Touros branco, para que possamos, mais tarde, reviver as memórias destas horas bem passadas.

“Um dia de Vindima na Adega de Palmela” é uma experiência única e memorável dinamizada pela Adega Cooperativa ao longo do mês de Setembro, ideal para quem queira descobrir os segredos por detrás da produção dos melhores vinhos da região de Setúbal, ser viticultor por uma manhã e contactar com a natureza num ambiente acolhedor e descontraído. As próximas visitas realizam-se nos dias 11, 18 e 25.

Mais informações em: enoturismo@acpalmela.pt ou  (+351) 969 127 472.

DR Fotos: Cedidas por Adega de Palmela