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“A força de atractividade” do mercado português

A Savills divulgou que a sua mais recente análise ao mercado de escritórios de Lisboa e Porto revela um 1ª semestre de 2024 muito positivo, com uma trajectória de crescimento nas duas principais cidades do País.

De acordo com os dados recolhidos pela consultora, no 1º semestre do ano, Lisboa registou 127.645 metros quadrados (m²) de volume de absorção, número que mais que triplica os 37.917 m² do período homólogo de 2023 e que está 40% acima da média de take-up dos primeiros semestres dos últimos 5 anos.

No total, neste período foram concluídas 82 operações, número que representa um acréscimo de 15% face ao mesmo período de 2023. As cinco maiores ocupações representaram 55% do volume de absorção total do semestre, entre as quais se contam a colocação da Caixa Geral de Depósitos no edifício WellBe, com 26.709 m², e a Universidade Europeia no Oriente Green Campus, com 15.835 m². Foram registadas 18 operações acima dos 1.500 m², que representam 22% do número de negócios fechados neste 1º semestre de 2024.

A zona do Parque das Nações, com 50.133 m², e a Nova Zona de Escritórios, com 28.172 m², estiveram em destaque, com uma representação de 61% no volume de absorção total.

De acordo com a Savills, o sector financeiro foi responsável por 39% das operações fechadas e o sector das TMT´s & Utilities por 18%.

Os espaços flexíveis continuam afirma-se como uma tendência cuja procura tem aumentado de forma muito gradual e com uma progressão contínua. Nestes primeiros seis meses do ano, os espaços flexíveis representaram 7% do volume de absorção total.

Nos primeiros seis meses de 2024 foram concluídos quatro projectos que vieram adicionar ao stock perto de 45.000 m² de novos espaços de escritórios, entre eles o Edifício EDP 2, com 11.400 m2, localizado na Zona Histórica & Beira-Rio, e o EXEO no Parque das Nações, com 21.474 m², 100% ocupado pelo BNP Paribas.

“A primeira metade de 2024 provou a força de atractividade do nosso mercado. Se no final do ano 2023 as previsões foram algo tímidas e cautelosas, os resultados alcançados no final deste semestre, demonstram que o mercado de escritórios de Lisboa goza de uma procura muita activa, não deixando margem para dúvidas que a tendência é de crescimento.  Mas para tal, é também fulcral que a aposta em novos projectos de qualidade se mantenha para conseguirmos dar resposta eficaz e em tempo útil a uma procura com standards de exigência elevados”, destacou Frederico Leitão de Sousa, head of Offices da Savills Portugal.

Já no Porto, o mercado de escritórios registou, no 1º semestre, um volume total de absorção de 28.375 m², reflectindo um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo a Savills, é notável o aumento de novas de empresas que elegem o Porto como sede das suas operações. Na primeira metade do ano, verificou-se uma subida homóloga de 82% no total de área bruta locável (ABL) ocupada por novas empresas.

De acordo com os dados comunicados, foram concluídas 42 operações neste período, o que representa um aumento de 31% em relação ao ano anterior, sendo que foram contabilizadas 10 operações acima dos 1.000 m².

A Zona de Matosinhos, com um peso de 36% no volume de absorção total, deteve o maior volume de absorção no período em análise, com um total de 10.327 m², seguida pela zona CBD Boavista, que apresenta um volume de absorção total de 9.779 m².

As empresas de Technology, Media & Telecom tiveram um papel de destaque no mercado de escritórios do Porto ao representarem 45% do volume de absorção no período em análise, o que reflecte um crescimento de ABL ocupada na ordem dos 75%. Já a renda prime manteve-se estável nos 19€/m²/mês.

A Savills comunicou ainda que, de Janeiro a Junho, foram concluídos mais de 26.000 m² de novos espaços de escritórios no Porto, entre os quais o Noto Office Center, o Ariane e o edifício Pharmácia. Os projectos esperados até ao final de 2024 somam uma ABL ligeiramente superior a 25.000 m2, tendo já garantida uma ocupação de 71%.

“Os números registados no mercado de escritórios do Porto neste primeiro semestre são muito animadores e revelam que as empresas olham cada vez mais para o norte do país para estabelecerem as suas operações. De destacar a quantidade de empresas dos sectores da tecnologia e telecomunicações que escolheram o Porto para darem continuidade à sua actividade, o que significa que a cidade apresenta um conjunto de recursos fundamentais importantes como mão de obra qualificada, infraestruturas, vias de comunicação, entre outros, que a tornam extremamente apetecível para o desenvolvimento de negócios”, salientou, por sua vez, Graça Ribeiro da Cunha, offices associate da Savills Portugal | Porto Division.

DR Foto: Pedro Cunha na Unsplash