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Empresas de mediação imobiliária não param de aumentar

O estudo “KW Portugal Real Estate Insights” da KW (Keller Williams) revela que o número de empresas de mediação imobiliária continua a aumentar, existindo actualmente 6.864 empresas desta natureza, segundo dados de Junho de 2019. Mas há mais conclusões que tiram do mercado imobiliário.

Para esta empresa global de formação e consultoria especializada no ramo de Mediação Imobiliária, este número representa um crescimento de cerca de 14% em termos homólogos e de cerca de 51% face à base a referência de Junho de 2016.

No que toca às expectativas de compra ou construção para os próximos 12 meses, o estudo destaca que, não obstante o indicador ser negativo (como o foi sempre desde o início da série), o resultado alcançado no primeiro trimestre de 2019 é o melhor desde Janeiro de 2008, diz em comunicado a KW. Para esta empresa trata-se de um valor que se encontra um pouco em contra-ciclo com a percepção de uma certa desaceleração económica, mas que também reflecte o facto das taxas de juro continuarem historicamente baixas e de se antecipar uma ligeira descompressão nos preços de mercado, não só por via das “normais” dinâmicas da oferta e da procura, bem como pela introdução de novo produto que foi sendo licenciado nos últimos anos e que nos próximos meses contribuirá para um maior leque de oportunidades à disposição de famílias e investidores imobiliários.

No que concerne ao volume de novos créditos à habitação concedidos pelos bancos, a KW salienta que, ao longo dos primeiros quatro meses do ano, o volume de novos créditos à habitação atingiu 3.155 milhões de euros, o que representa um crescimento de 6,3% face a igual período de 2018. Este movimento eu a empresa considerou expansionista, é tanto mais relevante, quanto a moldura legal para concessão de crédito à habitação se tornou mais exigente e o valor dos imóveis no mercado continua em máximos históricos.

No que se refere as transacções imobiliárias, avança que, no primeiro trimestre de 2019, apesar de ter evidenciado uma ligeira desaceleração face aos trimestres anteriores (particularmente na Área Metropolitana do Porto) continuou a assegurar valores máximos desde 2009, representado um crescimento de 7,6% no número de transacções residenciais face ao primeiro trimestre e de 12,9% em termos de valor global transaccionado para o mesmo período.

Este estudo foca ainda a avaliação bancária, mencionado que o valor médio de avaliação bancária atingiu o seu máximo histórico no passado mês de Maio, situando-se em torno dos 1264 euros/m2. Este valor representa um crescimento homólogo de 9,1% e assegura igualmente o melhor comportamento de sempre deste indicador, com uma sequência de 45 meses consecutivos de valorização homóloga.

A importância deste indicador prende-se com o facto de o mesmo ser um excelente barómetro da forma como as instituições financeiras estão a encarar o dinamismo do próprio mercado imobiliário, pelo que, o facto de a tendência ser similar à dos preços de mercado é um sinal relevante de que não existe (à partida) qualquer tipo de bolha ou de movimento especulativo de fundo a inflacionar artificialmente os asking prices actualmente a serem pedidos pelos proprietários.

Outro dos pontos que fazem parte do KW Portugal Real Estate Insights prende-se com a dinâmica das autorizações de residência para investimento (ARI – Vistos Gold). Como explica, apesar do mês de Junho ter assegurado um dinamismo interessante neste segmento de mercado (com 118 novas autorizações de residência a serem concedidas), em termos homólogos, o número de investidores contabilizados continua em queda (menos 23,9% do que no primeiro semestre de 2018), não sendo possível antecipar qualquer tipo de inflexão no aparente desinteresse que os investidores estrangeiros evidenciam nos últimos três anos em relacção a este veículo imobiliário.

O tempo médio de divulgação dos imóveis, segundo o estudo, é, neste momento, de cerca de 28,4% dos Apartamentos e 43% das Moradias em divulgação nos principais portais imobiliários está há mais de um ano no mercado, o que é para a KW um sinal preocupante de que parte da oferta, aparentemente, não se encontra adequada a uma procura imobiliária cada vez mais exigente e que, paralelamente, existe Oferta que precisa de se reposicionar em termos de valor, sob pena de não ser absorvida, de todo, pelo mercado.