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Imobiliário abranda na China

De acordo com as últimas perspectivas económicas divulgadas pela Crédito y Caución, a economia chinesa está a arrefecer gradualmente após a forte expansão de 2023. A esfriar está também o sector imobiliário, quer do lado dos promotores, quer da procura de casas.

Segundo as previsões da Crédito y Caución, o sector imobiliário é afectado pela baixa procura de novas casas por parte dos compradores e pelo agravamento das dificuldades de financiamento que afectam os promotores. O yuan também está a desvalorizar e a desinflação aproxima-se da deflação, o que pode levar as famílias a adiar as despesas. É avançado também que as expetativas de inflação já apresentam uma tendência descendente, assim como a procura de crédito ao consumo e de artigos de retalho. Neste contexto, o Banco Popular da China irá manter uma política monetária flexível, aceitando a debilidade do yuan para evitar o endurecimento das condições de financiamento interno.

As últimas perspectivas económicas dão conta que o crescimento do PIB da China ficará abaixo da meta oficial de crescimento, cerca de 5% já em 2024, com uma taxa de 4,7%, e registará um abrandamento mais significativo em 2025, para 4,1%.

A informação divulgada refere que o dinamismo manteve-se no primeiro trimestre de 2024 graças ao estímulo da actividade industrial, que aumentou 6,1%. O sector dos serviços também cresceu 5%, contribuindo fortemente para o crescimento à medida que a procura dos consumidores se desloca de bens para serviços. No entanto, a seguradora de crédito prevê no seu relatório que esse impulso perderá força no restante do ano devido à queda nas taxas de utilização da capacidade que acompanha a forte produção no primeiro trimestre. As reduções das existências deverão pesar sobre o crescimento do PIB nos próximos trimestres.

No que concerne ao crescimento chinês, esta análise salienta que se mantêm alguns ventos favoráveis. Em primeiro lugar, o Governo chinês está a apoiar o crescimento com uma expansão fiscal, especialmente dirigida ao sector manufactureiro para ampliar a capacidade produtiva. Isto, segundo a Crédito y Caución, poderia exercer uma maior pressão no sentido da descida dos preços, à medida que a procura interna diminui. Além disso, a procura externa de produtos chineses está a aumentar e, apesar dos crescentes riscos tarifários, prevê-se um crescimento de 6,3% nas suas exportações de bens em 2024.

DR Foto: Sasha Kaunas na Unsplash