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Investimentos em gás fóssil e nuclear são sustentáveis?!

Gás fóssil e nuclear como “verdes” é, segundo a ZERO, “um dia triste para o clima e para o ambiente”. Ainda assim, a associação ambientalista salienta que, apesar de decisão do Parlamento Europeu ser lamentável, saúda eurodeputados portugueses por se terem oposto à proposta.

O Parlamento Europeu votou hoje o Acto Delegado Complementar de Taxonomia da União Europeia, com cerca de 54% dos deputados a escolher classificar determinados investimentos no gás fóssil e no nuclear como sustentáveis, considerando-os a partir de 2023 como actividades de transição que contribuem para atenuar as alterações climáticas. Embora a inclusão destas actividades nesta classificação seja limitada no tempo e dependente de condições específicas, trata-se claramente de um revés no Pacto Ecológico Europeu e na sua ambição, defende a ZERO.

Desta forma, a ZERO lamenta que estejam assim postos em causa os objectivos climáticos europeus, porque a utilização do gás fóssil implica grandes quantidades de emissões de gases de efeito de estufa, quer na queima (dióxido de carbono), quer ao longo de toda a cadeia de extracção e transporte (metano). Estão assim criadas condições para incentivar investimentos em novas centrais a gás que farão aumentar a dependência da União Europeia de gás fóssil importado, prejudicando ainda o objectivo de alcançar a independência energética total da Rússia e perpetuando a dependência energética de outros blocos económicos. Assim, quer no caso do gás quer no do nuclear, esta uma forma de energia com prazos de implementação incompatíveis com os objectivos climáticos, vão-se desviar recursos preciosos para estas tecnologias que deveriam ser aplicados em soluções de energia renovável verdadeiramente sustentáveis e capazes de conduzir à independência energética.

A ZERO apelou em devido tempo aos eurodeputados portugueses para votarem contra a classificação destas actividades como verdes e regozija-se com o sentido de voto que expressaram: de entre os 278 eurodeputados no Parlamento que constituem os 46% que votaram contra esta classificação, estão 18 dos 21 eurodeputados portugueses. Ou seja, uma larga maioria dos representantes de Portugal no Parlamento Europeu votou ao lado da rejeição, o que é de saudar, havendo apenas o registo de não votação por parte de três desses eurodeputados, Nuno Melo, Marisa Matias e Paulo Rangel.

DR Foto: Callum Shaw on Unsplash