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Mercado europeu de escritórios a recuperar

A procura sustentada por espaços de escritórios de qualidade em cidades chave continua forte e está impulsionar o mercado. Esta é a grande conclusão do revela o European Office Property Clock da Jones Lang LaSalle (JLL) para o terceiro trimestre de 2013.

Este documento revela que o mercado europeu de escritórios continua a recuperar, com as perspectivas a melhorarem em linha com a revisão em alta das expectativas para o crescimento económico. Contudo, as condições continuam a ser distintas entre os diversos mercados que apresentam ritmos diferentes.

O mercado de escritórios de Londres está a registar um rápido crescimento. A procura sustentada para espaços de qualidade continua e levou a que o take-up nos primeiros três trimestres do ano excedesse já os volumes absorvidos quer no total de 2011 quer no de 2012. Os mercados nórdicos e da Alemanha, embora continuem a apresentar um bom desempenho, estão, entretanto, a observar um abrandamento do ritmo.

As condições no mercado de arrendamento de Paris estão actualmente a ser influenciados pelos ventos adversos gerados no panorama económico. O mercado de investimento imobiliário em Paris continua, contudo, a exibir níveis saudáveis de actividade à medida que investidores domésticos e internacionais continuam a seleccionar os imóveis de escritórios neste mercado core de elevada liquidez.

Já nos mercados da Europa do Sul, apesar da actividade dos mercados de ocupação continuar baixa, estima-se que já tenham atingido, ou estejam próximos de atingir, o fim do ciclo, com as previsões a anteverem uma melhoria das condições a partir de 2014. No caso do mercado português, o acumulado do ano (Jan-Set) revela uma absorção de 44.905 m², que apesar de evidenciar uma descida de 28,5% face ao período homólogo, representa uma melhoria trimestral crescente, com o terceiro trimestre a constituir-se como o período mais dinâmico de 2013.

A renda prime de escritórios agregada na Europa não manteve a tendência de crescimento revelada no início no ano. O European Office Rental Index da JLL recuou 1,1% no terceiro trimestre em resultado da descida das rendas – particularmente em Paris (-7,2%), onde os ocupantes estão a adiar as decisões de arrendamento ou a reduzir as suas necessidades em virtude de uma conjuntura económica menos favorável. A descida de rendas em Milão (-4,2%), Praga (-2,4%) e Barcelona (-1,4%) são também um reflexo dos níveis de procura mais fracos e da maior preocupação com os custos por parte dos ocupantes.

O contraste das subidas das rendas prime em Londres (+2,6%), Munique (+1,6%) e Frankfurt (+1,5%), sustentadas pela combinação de uma procura saudável com um limitado stock de qualidade, não foi suficiente para atenuar o impacto destas descidas. Os mercados nórdicos e da Alemanha, embora continuem a registar um desempenho positivo, estão a sentir um abrandamento no ritmo e podem estar perto de atingir o pico do ciclo.

Os volumes agregados de arrendamento de escritórios na Europa recuaram, ligeiramente, no trimestre.

“Espaços eficientes em termos de custos, produtivos e de elevada qualidade em localizações centrais de cidades chave continuam a ser o foco da procura, embora sejam cada vez mais escassos. Em mercados onde este produto não está disponível ou onde a pressão com os custos continua a ser determinante, os ocupantes parecem preferir renegociar os contratos existentes em vez de tomarem decisões que possam acarretar maior risco ou mais custos”, disse Lee Elliott, Head de EMEA Research da Jones Lang LaSalle.

A escassez de espaços modernos está igualmente a sustentar as rendas prime, por exemplo em Paris, e está a motivar algum crescimento das rendas, particularmente em mercados como Londres, as principais cidades alemãs ou as capitais nórdicas.

“Por agora, esperamos que os volumes de arrendamento de escritórios na Europa continuem a melhorar, com o resultado de 2013 posicionado para permanecer pouco abaixo de 2012. O sentimento de confiança melhorou significativamente, mas é ainda bastante vulnerável aos choques externos, e os ocupantes estão, por isso, mais cautelosos. Assumindo que o crescimento económico irá cumprir as previsões para 2014 e 2015 e ganhar maior ritmo, a recuperação do mercado de escritórios continuará em terrenos sólidos”, concluiu Lee Elliott.

Foto: Anabela Loureiro