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Apesar dos riscos são constituídas novas agências de viagens

Nos últimos anos, as agências de viagens enfrentaram a mudança de hábitos de consumo associada à Internet, mas, de acordo com os dados do Insight View, 41% das agências de viagens foram fundadas nos últimos cinco anos. Em Portugal, Lisboa, Faro e Porto lideram e representam 64% do total destas novas empresas.

A análise agregada das contas das 3.456 empresas do sector, elaboradas com a ferramenta Insight View, mostra como a pandemia implicou um ponto de viragem para todos os rácios de rentabilidade que apresentaram em 2020 e 2021 o pior desempenho da série histórica ligada aos confinamentos e à queda abrupta do turismo. As agências de viagens tiveram, pois, de reinventar a sua contribuição de valor sobre os pilares da experiência de compra, rapidez e simplicidade de contratação, recomendações de clientes, aconselhamento especializado e custos mais baixos.

Segundo esta análise, Lisboa é o principal centro de negócios deste sector, alojando 36% das empresas e representando 57% do volume total de negócios. Faro e Porto, cada um, contam com 14% das empresas, sendo que contribuem com 10% e 14% do volume total de negócios, respectivamente. Outras regiões em destaque são Setúbal, com 6% das empresas e 2% do volume total de negócios, e Madeira, com 5% das empresas e 4% do volume total de negócios. O restante território nacional abriga 25% das empresas, que correspondem a 14% do volume total de negócios.

Segundo os dados do Insight View, cerca de 20% das empresas têm menos de um ano de existência. A proporção de empresas aumenta ligeiramente com o tempo de actividade, alcançando 21% para empresas com dois a cinco anos de existência e 29% para aquelas com seis a dez anos. As empresas com mais de 25 anos constituem apenas 9% do total.

No que diz respeito ao volume de negócios, as empresas mais estabelecidas são as que contribuem mais para a facturação do sector, sendo que as com mais de 25 anos são responsáveis por 53% do volume de negócios.

A distribuição por dimensão das empresas mostra a atomização de um sector onde a presença das grandes e médias empresas é testemunhal: 86% são micro-empresas, percentagem que sobe para 99% se acrescentarmos também as pequenas empresas.

Em termos de volume de negócios, as micro-empresas contribuem com 16%, as pequenas empresas com 41% e as médias com 26%. As grandes empresas, embora quase inexistentes em número (<0%), dominam uma parte significativa da facturação, com 17% do volume total de negócios.

Cerca de 57% das empresas do sector apresentam um risco médio, representando 33% do volume total de negócios. Empresas com risco baixo constituem 39% e contribuem com 64% do volume total de negócios, indicando uma boa estabilidade financeira. O risco elevado é observado em 3% das empresas, enquanto o risco máximo é observado em apenas 1% das empresas.

O Insight View refere ainda que as agências de viagens trabalham com uma elevada dependência de financiamento externo, que representa 76% do total das suas fontes de financiamento, e uma baixa qualidade da dívida, uma vez que 69% dos fundos emprestados vencem a curto prazo.

Fonte: Iberinform é a filial da Crédito y Caución

DR Foto: Z na Unsplash