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Centro de Portugal reivindica mais apoios

As medidas anunciadas pelo Governo para o sector do turismo são “claramente insuficientes”, declarou o presidente da região do Turismo do Centro. Pedro Machado defende também que a banca deve apoiar esta indústria que tem sido o motor da economia nos últimos anos.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Machado afirmou que agora a “prioridade tem de ser salvar empresas para salvar empregos” e que “o endividamento não pode ser a única solução para a crise”.

Recordando que existem muitas empresas de pequenas dimensões, dando o exemplo do turismo rural ou animação turística, sem liquidez que lhes permita fazer face a situações de micro-crédito, defende uma injecção directa de capital em empresas familiares e micro-empresas através de apoios financeiros a fundo perdido. Acrescentando que não existindo, neste momento, uma previsão de receitas, as empresas não podem correr o risco de se endividar, mesmo com condições especiais de pagamentos e juros. Por isso sustenta que “é patriótico salvar estas empresas que operam junto das populações, em territórios de baixa densidade”.

Das medidas reivindicadas por Pedro Machado está também o alargamento, pelo período de mais um ano do que o estabelecido, das moratórias bancárias decretadas pelo Governo em relação aos créditos bancários no sector do turismo, considerando insuficiente o prazo até 30 de Setembro. Para o efeito dá o exemplo a Alemanha, onde os prazos já foram alargados, depois de o Governo de Angela Merkel ter chegado à conclusão de que o turismo vai precisar de pelo menos três anos para recuperar do impacto das medidas de confinamento. O mesmo prolongamento deveria ser também aplicado, na sua opinião, aos prazos de pagamento, através da suspensão automática de reembolsos de capital e juros, dos incentivos do Turismo de Portugal.

O presidente do Turismo da Região Centro denuncia ainda para o facto de existirem na região casos de empresas em que os “bancos que estão a dar respostas negativas  sem dar explicação”.

Os especialistas são unânimes no que toca ao facto do turismo ser o sector que maiores dificuldades vai enfrentar na retoma económica pós-Covid-19. Ainda assim, de acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal, o Centro de Portugal poderá ser uma das primeiras regiões a recuperar à boleia do turismo interno.

Foto: Jan vT on Unsplash