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Mystic Cruises entra em velocidade cruzeiro

O empresário português Mário Ferreira revelou que o terceiro de seis paquetes encomendados pela Mystic Cruises à West Sea, em Viana do Castelo, já se encontra em teste no mar.

Em declarações à agência Lusa, Mário Ferreira salientou que, apesar da “incerteza” que se vive derivado da pandemia de Covid-19 o plano de investimento da Mystic Cruises na construção naval prossegue porque acredita que “este mercado vai ter um crescimento exponencial”.

De acordo com o empresário português, “quem não fez as viagens este ano, será mais cauteloso, mas vai certamente procurar viajar em navios mais intimistas e mais pequenos” e foi precisamente por este motivo que disse estarem a “a construir com esta força e vontade, mesmo tendo de fazer um esforço adicional num ano difícil como este, mantendo este grau de investimento na construção naval”.

Como declarou à Lusa, “fomos um dos poucos operadores mundiais que não suspendeu a construção naval durante este período” e explica que tal foi possível graças “a um planeamento e esforço financeiro rigoroso” que permitiu manter “os 110 milhões de euros previstos de construção naval em Viana do Castelo para o ano 2020, suportando assim um tão vital sector da economia portuguesa”.

De acordo com Mário Ferreira “no sector dos cruzeiros, as embarcações mais pequenas serão as primeiras a ter maior procura porque os clientes vão procurar, cada mais, menos multidões e não vão querer viajar em navios com cinco mil passageiros, preferindo aquele que tem capacidade para menos de 200”.

Foi com esta visão que se lançaram no desenvolvimento de uma frota de seis navios de expedição que a Mystic Cruises pretende colocar em actividade até 2023 e por essa razão também “não atrasamos a construção e o plano de investimento, correndo o risco de ter como temos, no porto de Viana do Castelo três paquetes, dois acabados e um em fase final, e o quarto a entrar na doca para ser montado” acrescentou.

Mário Ferreira referia-se ao World Explorer que começou a operar em Agosto de 2019 e parou em Abril devido à pandemia de Covid-19, bem como ao Word Voyager que deveria começar a operar ainda este mês mas que viu cancelada uma expedição para o mercado alemão, prevendo-se que a primeira viagem ocorra em meados de Setembro. O World Navigator é o terceiro da frota, já se encontra em fase de testes e deverá começar a operar no Verão de 2021. Como avançou: “Os blocos do quarto navio já estão quase todos feitos. Em Setembro, vai começar a ser montado dentro da doca. O quinto está na fase de corte, seguindo-se o último”.

A Mystic Cruises encomendou ainda aos estaleiros da West Sea um navio para o Douro, já concluído e que não chegou a zarpar de Viana do Castelo. Como disse: “Nem sequer foi estreado” e é “o navio mais luxuoso construído para o Douro, que era para ter começado a operar em Abril, e nem sequer saiu, nem vai sair de Viana do Castelo” uma vez que “não vai ser utilizado este ano”.

Refira-se que este navio tem capacidade para 200 passageiros e 130 tripulant, é de “construção nacional” e “está preparado para navegar nos mares gelados da Antárctida e do Árctico, bem como realizar cruzeiros transatlânticos e programas de exploração em alguns dos destinos mais exclusivos do mundo”.

Mário Ferreira referiu ainda que apostam “na construção de navios que permitem oferecer um serviço mais personalizado a bordo, e o acesso a destinos mais restritos onde os grandes paquetes não conseguem chegar”, nomeadamente no Mediterrâneo, Egipto e Terra Santa, no Mar Negro com visita a Chernobyl, a viagem transatlântica entre Portugal e o Brasil ou os cruzeiros nas águas geladas da Antárctida e do Árctico.